quinta-feira, 14 de novembro de 2013

LALY OLIVER - CARTAS PARA NINGUÉM


CARTAS PARA NINGUÉM
Laly Oliver

Escrevo cartas para ninguém.
Enquanto me alimento das migalhas,
cartas que eu jamais enviaria,
Migalhas que deveriam ser varridas.

Percebo o desenrolar das coisas,
não tenho a ilusão.
Olhos marejados de verdades,
aquelas que transpassam o coração.

Porque eu me pergunto
deste amor indigente.
Porque eu me pergunto
de ser tão insistente.

Eu rodaria o carrossel,
Sem dó nem piedade.
O que me segura a este padrão,
orgulho ou vaidade.

O que espero transpor,
se sei que além da muralha
a paisagem é estéril,
se após tudo isto sei que não existe nada.

Fico jogada em meus
pensamentos e conclusões
vagando perdida e sem rumo
em outras dimensões.

Ai espelho querido,
devolva minha imagem.
aquela que não querida ter perdido
que tinha muita coragem.

Não compreendo
porque desta vez tão diferente
do que é meu costume
não estaria tão indulgente.

Preciso entender os porquês
Da mudança repentina,
Em outras épocas estaria
em festa envolta em serpentinas.

Já teria rodado a fila qual menina
brincando de roda.
Não olharia seque atrás
Brincando e rindo a minha moda.


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