sábado, 27 de julho de 2013

SENTA QUE LÁ VEM CONVERSA - SOBRE A HIPOCRISIA



HIPOCRISIA


Por Iara de Oliveira Rocha


Para iniciarmos nossa conversa, em termos bem simples ser hipócrita é
falar uma coisa e fazer outra, não estou falando de mudar de opinião, que
graças a Deus quem pensa e analisa tem este direito soberano. Estou
falando da pessoa ladina que faz as escondidas, que age pelas costas.
Aquela pessoa cujo o discurso não condiz com as ações; vive uma vida
de aparências, e como deve ser difícil e trabalhoso viver deste modo.
É aquela pessoa que engana deliberadamente, e tem pessoas que se
viciaram neste comportamento até porque uma mentira requer um  grande
número de outras mentiras para se sustentar.O hipócrita tem alguns lemas
preferidos tais como: Faça o que eu mando e não faça o que eu faço, e 
sempre podemos tirar vantagem em tudo (a famosa lei de Gerson).
Existem vários níveis de hipocrisia, mas a que eu julgo pior é o hipócrita
dono da verdade, aqueles que alardeiam suas verdades absolutas e 
indestrutíveis a todos os seres humanos do planeta; parecem que Deus
criou o mundo em seis dias e no sétimo os colocou para gerenciar o
mundo, e ele está aí de encarnação em encarnação gerenciando o bom
funcionamento do mundo. Porém em sua vida particular não seguem 
em nada aquilo que apregoam, mas o resto dos seres humanos tem de
seguir a conduta que eles indicaram. Entendo que a sociedade é hipócrita
e que nem sempre podemos mostrar-nos integralmente, mas daí a arvoramos
a conduta dos outros vai uma grande distância. Normalmente a hipocrisia é
resultado do preconceito, da intolerância, de complexos que nos recusamos
a encarar e nos curar. O impulso de julgar aos outros e as situações o tempo
todo querendo parecer infalível e inabalável, muitas vezes leva a hipocrisia, bem
como para sustentarmos uma mentira que criamos em torno de nós mesmos,
e como deve ser difícil para pessoas controladoras abrirem mão deste suposto
poder. Quer seja enganando a si mesmo ou querendo passar uma imagem
artificial que atenda as expectativas dos outros, esta hipocrisia é um fardo
a carregar, especialmente quando ditatorialmente a impomos aos outros.
Afinal quanto mais cobramos dos outros, mais seremos cobrados.
Então a máscara criada pela pessoa se torna tão maior que o eu pessoal,
que fica impossível conviver com sua própria realidade. E não estou falando
dos papeis que vivemos normalmente, afinal são muitos, profissional, pais,
filhos, amigos, professores, doutores. É claro que cada uma destas tarefas
exigem um comportamento inerente, que deve ser alinhado com sua 
personalidade e realidade. Estou falando do fictício, daquilo que não se é
e se cria para os olhos dos outros. Ninguém é perfeito, somos todos passíveis
de erros; vejo pessoas que a tortura para manter sua hipocrisia e falsa imagem
é tão grande que chegam a ficar seriamente doentes, ou acabam tendo surtos
horríveis para poderem se desfazer do emaranhado de fios que os seguram
feito marionetes.
Sem contar o medo e ansiedade porque não dá para fingir para sempre e a
verdade sempre nos alcança. E o tombo deste pedestal é duríssimo.
Caso você consiga perceber tais padrões em você, sugiro antes que 
adoeça ou surte, procurar um tratamento terapêutico. Penso que todos os
seres humanos deveriam tratar-se psicologicamente, pois as vezes tais
hipocrisias lhes foram impostas na infância e tornou-se um padrão e 
nos exageros pode tornar-se patológica. As pessoas tem de curar-se.
Hoje qualquer faculdade de psicologia tem atendimento a preços simbólicos.
O peso da hipocrisia é um fardo muito pesado, e a desconfiança gerada
após seu desmascaramento será irreversível. Viver de aparências além
de cansativo não tem nada de satisfatório.

Beijos

Iara de Oliveira Rocha.








SENTA QUE LÁ VEM CONVERSA - CERTAS CANTADAS - TEM MUITO HOMEM SEM NOÇÃO.



CERTAS CANTADAS - TEM MUITO HOMEM SEM NOÇÃO


Por Iara de Oliveira Rocha



Existe um ditado que diz: " Se Deus desse asas a cobra tirava o veneno". E quanto mais
faço aniversários mais compreendo o dito popular. Nos dias de hoje, as mulheres com
cinquenta e poucos anos, são muito diferentes das com a mesma idade de vinte anos
atrás. Temos uma escolaridade mais elevada, fomos de uma geração que desafiou o
mundo e regras da época, portanto somos mais destemidas; já apanhamos muito da
vida, a maioria já casou, descasou, optou por carreira; tivemos diversos romances,
tivemos muitos amores, já sofremos por decepções, nos liberamos sexualmente,
e em consequência de tudo isto aprendemos muito, ficamos mais descoladas.
Sabemos que na maioria das vezes só contamos conosco, aprendemos a ficar sós
de maneira agradável e produtiva. E estamos com melhor aparência.
Em suma somos diferentes os velhos clichês não nos cabem mais. Porém analisando
o que ocorre comigo, com amigas e pacientes, percebo que as mulheres deram um
salto quântico enquanto os homens subiram no máximo alguns degraus, e ao meu ver
ainda pegaram a escada errada. Não sei se inteligência emocional pela abordagem
racional que eles possuem da vida seja assim tão mais difícil. .
Então eles acham apenas que as mulheres se tornaram mais fáceis, o que também é
verdade, porém talvez não sob o ponto de vista deles.
A mulher hoje em dia é mais fácil mesmo, até porque não quer perder tempo com quem
não trará satisfação para ela, hoje o desafio não é mais conquistar e repetir a dose.
Existem as mulheres canalhas e eles absolutamente não creem que elas existam, e olha 
existem,e em número cada vez maior, tipo as que pegam mas não se apegam; aí existe 
a confusão por que a mulher é mais carinhosa e atenciosa mesmo em um
 relacionamento casual. É claro que existe carência, sempre existiu, o que acontece 
agora é que ela não nos afeta da mesma maneira. Se damos o número do 
telefone para alguém não esperamos que tal criatura nos ligue, como se fazia nas 
décadas de setenta e oitenta. Não nos travamos aguardando. É claro que ainda nos 
apaixonamos, é claro que muitas possuem sonhos de viver uma relação boa e
significativa: porém também aprendemos que ninguém é insubstituível e que a tristeza
e o luto pelo término de um relacionamento tem prazo de validade e a não ser que
a pessoa tenha alguma dificuldade  psicológica ela supera e roda a fila. 
Outro fenômeno ainda que um pouco recente é o relacionamento com homens mais
jovens, agora quero ver se consigo me expressar bem, muitos nos abordam com um
papo meloso impossível de acreditar. Para os novinhos ficou o esteriótipo da velhota
carentona, necessitada de sexo, iludida achando que o monte de papagaiada que eles
dizem é verdade , e que em troca vão tirar alguma vantagem com o relacionamento, que tá
facilinho, que tá no papo. Ledo engano até existem as mais inocentes, porém a grande
maioria não cai nesta não, e tão pouco somos carentes e necessitadas de sexo.. 
Algumas até sairão com vocês para passar o tempo, a grande
maioria não é mais idiota. Eu até acredito que possa haver um ou outro relacionamento
que de fato aconteça, mas não a regra é a exceção . Portanto aos novinhos que desejam
ter qualquer coisa com mulheres mais velhas aprendam se mentirem demais, fica muito
fake, tente não abusar do pseudo encantamento pela criatura pois já sabemos o que temos
de melhor, pior e mais ou menos em nós.
Outra coisa para homens de qualquer idade quando vocês começam a 
conversar no reservado saibam, que serão analisados,  vamos até os seus
murais e ficamos de olho. Para vermos com quantas outras mulheres vocês tem um 
tratamento especial, para tentarmos ver se as coisas que dizem a respeito de si mesmos 
condizem com a realidade. Ou para ver se é só se divertir e analisar comportamento.Muitos
de vocês se transformam em laboratórios, vejo cada uma neste facebook, que a gente
tem vontade de se perguntar "Véi na boa isso já funcionou com alguém?"
Depois caso uma mulher madura saia com vocês e goste, gostaríamos óbvio de repetir, e
digamos que a história continue, querido é claro que depois de um ano saindo com a
mesma pessoa a gente espera que a relação evolua.Não estou dizendo que para namorar,
conhecer família, casar etc., mas evolua em cumplicidade, intimidade, afetividade. É óbvio
que uma mulher madura e descolada se não conseguir isto por mais que ela goste de você
não vai te cobrar, não vai infernizar. Ela vira as costas e começa de novo. 
E quando você acordar ela estará oferecendo tudo o que te oferecia para outra pessoa. 
Outra coisa todos somos escravos do que falamos, mesmo que uma mulher não acredite
em nada do que você diz, você será obrigado a sustentar a mentira, e isso é muito penoso.
Portanto não minta, se conseguiu pegar bem, senão amém, é melhor que viver a farsa.
Fica a dica.

Beijos
Iara de Oliveira Rocha

quarta-feira, 24 de julho de 2013

SENTA QUE LA VEM CONVERSA - PARECE QUE FOI EM OUTRA VIDA!



PARECE QUE FOI EM OUTRA VIDA

Por Iara de Oliveira Rocha.



A neurolinguística cita que existem 4 fases do saber:
1 - Você não sabe o que não sabe.
2 - Você sabe o que não sabe.
3 - Você sabe que sabe.
4 - Você não sabe mais o que sabe.

Eu explico, vamos supor que você queira ser piloto da força aérea .
1 - Você ainda não sabe tudo que terá que aprender, os cursos, exames etc.
então você se informa.
2 - Você se informou e já sabe o que não sabe e precisa para aprender.
então você faz os cursos e aprende.
3 - Você no início saberá e racionalizará todos os procedimentos que você já 
aprendeu para levantar voo .
4 - Digamos que faça isto faz tanto tempo que já introjetou o conhecimento
e muitos procedimentos já serão executados de maneira automática.

Esta semana particularmente estou sendo questionada sobre vários aspectos
do meu conhecimento, da minha vida, que já estão tão  introjetados na minha
estrutura psicológica, que sou obrigada a parar pensar, montar uma estrutura
para responder. É engraçado, muito engraçado. Tive uma vida sempre tão
intensa em cada fase que passei, que cada etapa para mim parece uma outra
vida, já me transformei tanto, já evolui tanto que acontecimentos passados, 
parecem um filme que assisti mas nem aconteceu comigo. Fui criança quando
era para ser criança, fui adolescente quando era a fase de adolescência, fui
universitária no mais amplo que a expressão vida acadêmica possa expressar.
Fui ficando adulta, fui esposa, sou mãe com cada fase da maternidade; mãe de
bebes, mãe de adolescentes, agora sou mãe de adultos. E cada mãe destas
que eu fui não foram as mesmas. Sei que pode parecer esquizofrenia mas garanto
que é apenas a sapiência de que a mãe evolui com os filhos. Hoje sou uma
mulher madura que não se trocaria por mim mesma em qualquer idade; cada
uma das "Iaras" que eu fui me transformaram na Iara que sou hoje, e que é
feliz e que está aproveitando esta idade.
O mesmo acontece com meu conhecimento espiritual, psicológico, intelectual.
Sempre fui uma buscadora, sempre fui e continuo sendo inquisidora, curiosa,
sem preconceitos para averiguações. Tá certo, eu sei nasci numa casa que
prezava e incentivava o conhecimento, com pais e irmãos, tios e primos 
amorosos e evoluídos, com cunhadas que se agregaram a família que eram da
mesma forma. Sou imensamente grata a estes seres humanos de luz que tive
o Dharma de conviver. (Dharma - é um carma de crédito, aquilo que você fez
de bom que confere merecimento.) Deus definitivamente me queria deste
jeito por todas as questões que tive durante meu aprendizado.
Domingo como sou uma Wicca também, começaram a me fazer perguntas sobre
rituais, com terminologias e eu ria. Tentei explicar não sol da tradição da lua que
precisa de Mestres específicos que faz rituais e coisas e tais. Sou da tradição
do sol que aprende invariavelmente com a vida, e com os mais variados mestres
que o universo foi escolhendo para mim em cada fase da minha jornada.
A mim pareceu que a pessoa tenha achado a resposta meio fraudulenta, mas 
paciência, não tenho o hábito de impor absolutamente nada porque se Deus em
sua grandeza e glória nos deu livre-arbítreo quem sou eu para impor qualquer
coisa. Hoje me perguntaram, você é católica.  E fui obrigada a responder também.
Novamente a pessoa me olhou como quem olha para alguém com alguma defasagem;
aí tentando me explicar fiz uma retrospectiva: A única terminologia que me cabe
é Espiritualista Universalista. Aí lembrei do Mestre Confúcio que ao meu ver acertou
em cheio na seguinte explicação:
"Havia um Rei muito sábio, com um reino muito próspero, e junto deles vários Magos
que um dia estavam brigando entre si sobre quem estava certo a respeito de Deus. O
Rei assistindo aquela discussão patética pediu que um escravo levasse um elefante ao 
pátio do palácio. Vendou os magos os levou para fora e posicionou um na tromba do
elefante, outro no rabo, outro na pata, um na barriga, outro na cabeça e pediu um a um
que ainda vendados descrevessem o que estavam tocando. Óbvio que cada um 
descreveu a parte que conseguia tocar. Então o Rei tirou-lhes as vendas e disse
o que vocês me descrevem são as religiões, ou seja a parte de Deus que conseguiram
tocar ou perceber. Porém Deus é este grande elefante.
Já estudei tanto, pesquisei tanto, que de cada coisa que aprendi tirei sua essência hoje
sou tudo, sou o todo, não pode mais ser desmembrado por mim, enxerguei o elefante.
E gosto dos rituais litúrgicos católicos, da doutrina kardecista, de várias ideias do 
hinduísmo, das wiccas, dos budistas, gosto dos filósofos, dos grandes pensadores ateus,
de algumas partes do judaísmo, do sufismo (lado místico do Islã), da Grande Fraternidade
Branca, da filosofia cigana, do xamanismo, sou louca por um atabaque, das ciências 
alternativas, da neurolinguística. Enfim, gosto de tudo que evolua. e 
SIM SOU MARIANA, então quando olho todo caminho percorrido, 
acontecimentos passados, sou grata pelo que cada coisa me  ensinou, 
mas amo de verdade o ELEFANTE.
E todos os acontecimentos da minha vida que já passou como um rio que flui, só os 
citarei se for para ensinar ou ilustrar algo. Para mim parecem que já existiram em outras
vidas, como se tivesse reencarnado sem precisar morrer.

Grande Beijo.

Iara de Oliveira Rocha.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O MOVIMENTO DA ALMA - LALY OLIVER



O MOVIMENTO DA ALMA

Por Laly Oliver


Sou este corpo que se movimenta entre escombros,
Sou esta alma que se manifesta acima de qualquer empecilho,
Sou este ser diáfano, leve, lúdico.
Sou este ser obstinado que segue seus desejos,
por qualquer caminho, em qualquer estrada.
Danço a música divina,
Danço e somente eu escuta a música.
Danço como a menina dos sapatinhos vermelhos.
Porquê não posso parar.
Danço porque minha alma está em movimento.
Meu corpo dança sobre destroços,
aqueles todos que tenho de ultrapassar.
Mas minha alma dança a música dos anjos.
Não posso olhar os escombros ,
eles não me pertencer mais.
Tenho de galgar suas pilhas, 
dançando nas pontas dos pés.
Os pés ardem em brasas,
mas meu coração se liberta e se ilumina.
Vencidos os destroços,
dançarei nas nuvens de algodão.
No céu azul,
Por isso sou este corpo que se movimenta entre escombros....


SENTA QUE LÁ VEM CONVERSA - CUIDE DE SUA ENERGIA VITAL



CUIDE DA SUA ENERGIA VITAL


Por Iara de Oliveira Rocha



Tenho a crença que somos energia e química, e que a energia mexe em nossa química 
e vice-versa. Então temos de cuidar da qualidade da energia que fluímos em nós e
para os outros. Existem determinados tipos de pensamento que tem o poder de nos
cansar fisicamente mais que um dia inteiro de trabalho braçal. São pensamentos que
normalmente gastam nossas energias, caso você não domine sua mente será escravo
dela, e acabará por desperdiçar energia que poderia ser usada para a concretização
de coisas e atitudes positivas em sua vida e para o planeta. Fora o fato que você estará
alimentando o bicho papão do medo e dando força ao conflito.Em contra partida
existem pensamentos altamente reconstrutores da energia, que harmonizam seu 
organismo e até mesmo curam.
Os pensamentos nutrem os sentimentos e vice e versa. Jesus dizia:"Orai e vigiai" e
isto diz respeito a você mesmo, ao seu mundo, a sua qualidade de escolha entre o que
é bom ou ruim. Você terá de passar como ele pela tentação do deserto, enfrentando
seus próprios demônios do medo, da raiva, da mágoa, da inveja. A prosperidade do
seu corpo, ambiente, vida financeira, amizades, amores podem se estagnar diante
de pensamentos tóxicos como os demônios pessoais que citei. Digo sempre e repito
toda vez que sua vida não estiver dando bons resultados, pergunte a si mesmo:
"Qual demônio pessoal ainda estou cultivando". Você é um ser Divino, você é luz
e não poderá servir a dois senhores. As vezes guarda-se uma mágoa, raiva, não 
perdão anos a fio, acaba-se acostumando com o sentimento e passa a acha-lo 
natural. é como um calo em seu pé que você muda o jeito de pisar para acomoda-lo,
está lá, é ruim mais você no final se acostumou, ao invés de remove-lo.
É óbvio que a alegria, a gratidão, o bom humor, a fé, a esperança, a resiliência 
geram resultados positivos,você fica de bem consigo próprio, 
se cuida melhor, se alimenta melhor, sua aura cicla positivamente 
em consequência tudo no seu mundo se transforma para melhor.
Você passa a viver o momento presente, se desagarra do passado, se desapega 
daquilo que não te serve mais. É lógico que anos você se acostumou com o velho 
sistema de lidar com a vida, é óbvio que no inicio caminhará dois passos e voltará um.
Mas não desanime, o velho sistema é como um vício precisa de um tempo para dar 
cabo dele. O futuro você terá a esperança e a fé que cuidarão de que ele seja
maravilhoso, e que você terá a habilidade necessária quando o dia chegar. Não
desperdiçará o presente com antecipações.
Então se você deseja prosperidade em sua vida; sim o termo é prosperidade que
engloba todos os aspectos financeiro, emocional, espiritual, mental, físico, se desapegue
da raiva, da mágoa, da falta de perdão, com a sustentação de mentiras, liberte-se
deste peso inútil que devassa sua energia, e use-a para criar o presente que você deseja.
Quando falo de não perdão nem sempre é relativo a outras pessoas; quantas vezes
o perdão tem de ser dado a nós mesmos. Quantas vezes pensamentos inúteis de
culpa, de achar que não merecemos, da vergonha que sentimos por algo que fizemos.
Isto inúmeras vezes é o que nos impede de termos uma vivência plena. Pense o que
quer que eu tenha feito, já passou, já ficou para trás; nem as células dos meu corpo
são as mesmas, eu já me renovei, eu já sou outra pessoa. Caso o acontecido
necessite reparação faça, caso não possa, peça que o universo repare. Então
agradeça o aprendizado que aquilo te trouxe, e jogue fora, liberte-se.
Agora quando você perceber o quanto é melhor, o quanto era fácil viver melhor;
terá a tendência de querer quase que obrigar as outras pessoas a enxergar o que
você finalmente enxergou. Então lembre-se você só pode mudar sua própria vida,
Cada ser neste planeta escola está num degrau da escada. Cada qual tem sua própria
linguagem. Respeite e ajude somente quando for solicitado a ajudar, caso a pessoa
que solicitou ajuda não esteja  pronta para mudar deixe que a vida se encarregará de
fazê-la mudar de acordo com a vontade de Deus.
Uma boa dica, ou truque com o seu cérebro é o seguinte: Faça faxina na sua casa,
quarto, gavetas. Recicle, doe o que não lhe serve mais. Por incrível que pareça
conforme vai organizando fora, começará organizar dentro. Outra dica interessante
é que temos muitas vezes a sensação que começamos as coisas e não as concluímos.
Porém concluímos milhares de coisas diariamente. Portanto ensine o seu cérebro,
que você é uma pessoa que finaliza o que começa. Por exemplo quando acordar
pela manhã diga vou levantar, quando o fizer diga ao seu cérebro já me levantei.
Diga vou lavar o rosto, faça e diga já lavei, e assim por diante com toda tarefa
rotineira que fizer, mude a opinião que registrou em seu cérebro sobre você mesmo.
O cérebro é um computador, trabalha com base nos programas pré-existentes e
com os dados que você lhe fornecer. Este é um exercício simples de neurolinguística
que dá muito bons resultados. E reveja que existem certas tarefas que você havia
se incumbido que simplesmente você não realizará; neste caso assuma que não vai
mais fazer e pronto, tire da lista de pendências.
E outra coisa importante, você é parte da natureza, portanto precisa deste contato
para se reenergizar. Faça coisas prazerosas e gaste um tanto do dinheiro que você
ganha consigo mesmo; ou ficará com aquela sensação de que está trabalhando
de graça.
Aos poucos voltaremos a ensinar pequenos truques de neurolinguística. Por enquanto
quero que fiquem com o ensinamento do Mestre Jesus "Orai e vigiai", e acrescento:
Orai i vigiai seu mundo, suas ideias e sentimentos.
Beijos

Iara de Oliveira Rocha











quinta-feira, 18 de julho de 2013

O PENTAGRAMA




O Pentagrama

Desde os primórdios da humanidade, o ser humano sempre se sentiu envolto por forças superiores e trocas energéticas que nem sempre soube identificar. Sujeito a perigos e riscos, teve a necessidade de captar forças benéficas para se proteger de seus inimigos e das vibrações maléficas. Foi em busca de imagens, objetos, e criou símbolos para poder entrar em sintonia com energias superiores e ir ao encontro de alguma forma de proteção.
Dentre estes inúmeros símbolos criados pelo homem, se destaca o pentagrama, que evoca uma simbologia múltipla, sempre fundamentada no número 5, que exprime a união dos desiguais. As cinco pontas do pentagrama põem em acordo, numa união fecunda, o 3, que significa o principio masculino, e o 2, que corresponde ao princípio feminino. Ele simboliza, então, o andrógino. O pentagrama sempre esteve associado com o mistério e a magia. Ele é a forma mais simples de estrela, que deve ser traçada com uma única linha, sendo conseqüentemente chamado de "Laço Infinito".

A potência e associações do pentagrama evoluíram ao longo da história. Hoje é um símbolo onipresente entre os neopagãos, com muita profundidade mágica e grande significado simbólico. Um de seus mais antigos usos se encontra na Mesopotâmia, onde a figura do pentagrama aparecia em inscrições reais e simbolizava o poder imperial que se estendia "aos quatro cantos do mundo". Entre os Hebreus, o símbolo foi designado como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). Às vezes é incorretamente chamado de "Selo de Salomão", sendo, entretanto, usado em paralelo com o Hexagrama.

Na Grécia Antiga, era conhecido como Pentalpha, geometricamente composto de cinco As.
Pitágoras, filósofo e matemático grego, grande místico e moralista, iniciado nos grandes mistérios, percorreu o mundo nas suas viagens e, em decorrência, se encontram possíveis explicações para a presença do pentagrama, no Egito, na Caldéia e nas terras ao redor da Índia. A geometria do pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas pelos pitagóricos, que o consideravam um emblema de perfeição. A geometria do pentagrama ficou conhecida como "A Proporção Dourada", que ao longo da arte pós-helênica, pôde ser observada nos projetos de alguns templos.

Para os agnósticos, era o pentagrama a "Estrela Ardente" e, como a Lua crescente, um símbolo relacionado à magia e aos mistérios do céu noturno. Para os druidas, era um símbolo divino e, no Egito, era o símbolo do útero da terra, guardando uma relação simbólica com o conceito da forma da pirâmide. Os celtas pagãos atribuíam o símbolo do pentagrama à Deusa Morrigan.

Os primeiros cristãos relacionavam o pentagrama às cinco chagas de Cristo e, desde então, até os tempos medievais, era um símbolo cristão. Antes da Inquisição não havia nenhuma associação maligna ao pentagrama; pelo contrário, era a representação da verdade implícita, do misticismo religioso e do trabalho do Criador.

O imperador Constantino I, depois de ganhar a ajuda da Igreja Cristã na posse militar e religiosa do Império Romano em 312 d.C., usou o pentagrama junto com o símbolo de chi-rho (uma forma simbólica da cruz), como seu selo e amuleto. Tanto na celebração anual da Epifânia, que comemora a visita dos três Reis Magos ao menino Jesus, assim como também a missão da Igreja de levar a verdade aos gentios, tiveram como símbolo o pentagrama, embora em tempos mais recentes este símbolo tenha sido mudado, como reação ao uso neopagão do pentagrama.

Em tempos medievais, o "Laço Infinito" era o símbolo da verdade e da proteção contra demônios. Era usado como um amuleto de proteção pessoal e guardião de portas e janelas. Os Templários, uma ordem militar de monges formada durante as Cruzadas, ganharam grande riqueza e proeminência através das doações de todos aqueles que se juntavam à ordem, e amealhou também grandes tesouros trazidos da Terra Santa.
Na localização do centro da "Ordem dos Templários", ao redor de Rennes du Chatres, na França, é notável observar um pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros ao redor do centro.

Há grande evidência da criação de outros alinhamentos geométricos exatos de Pentagramas como também de um Hexagrama, centrados nesse pentagrama natural, na localização de numerosas capelas e santuários nessa área. Está claro, no que sobrou das construções dos Templários, que os arquitetos e pedreiros associados à poderosa ordem conheciam muito bem a geometria do pentagrama e a "Proporção Dourada", incorporando aquele misticismo aos seus projetos.

Entretanto, a "Ordem dos Templários" foi inteiramente dizimada, vítima da avareza da Igreja e de Luiz IX, religioso fanático da França, em 1.303. Iniciaram-se os tempos negros da Inquisição, das torturas e falsos-testemunhos, de purgar e queimar, esparramando-se como a repetição em câmara-lenta da peste negra, por toda a Europa.

Durante o longo período da Inquisição, havia a promulgação de muitas mentiras e acusações em decorrência dos "interesses" da ortodoxia e eliminação de heresias. A Igreja mergulhou por um longo período no mesmo diabolismo ao qual buscou se opor. O pentagrama foi visto, então, como simbolizando a cabeça de um bode ou o diabo, na forma de Baphomet, e era Baphomet quem a Inquisição acusou os Templários de adorar. Também, por esse tempo, envenenar como meio de assassinato entrou em evidência. Ervas potentes e drogas trazidas do leste durante as Cruzadas, entraram na farmacopéia dos curandeiros, dos sábios e das bruxas.

Curas, mortes e mistérios desviaram a atenção dos dominicanos da Inquisição, dos hereges cristãos, para as bruxas pagãs e para os sábios, que tinham o conhecimento e o poder do uso dessas drogas e venenos. Durante a purgação das bruxas, outro deus cornudo, como Pan, chegou a ser comparado com o diabo (um conceito cristão) e o pentagrama - popular símbolo de segurança - pela primeira vez na história, foi associado ao mal e chamado "Pé da Bruxa".

As velhas religiões e seus símbolos caíram na clandestinidade por medo da perseguição da Igreja e lá ficaram definhando gradualmente, durante séculos. As sociedades secretas de artesãos e eruditos, que durante a inquisição viveram uma verdadeira paranóia, realizando seus estudos longe dos olhos da Igreja, já podiam agora com o fim do período de trevas da Inquisição, trazer à luz o Hermetismo, ciência doutrinaria ligada ao agnosticismo surgida no Egito, atribuída ao deus Thot, chamado pelos gregos de Hermes Trismegisto, e formada principalmente pela associação de elementos doutrinários orientais e neoplatônicos.

Cristalizou-se, então, um ensinamento secreto em que se misturavam filosofia e alquimia, ciência oculta da arte de transmutar metais em ouro. O simbolismo gráfico e geométrico floresceu, se tornou importante e, finalmente, o período do Renascimento emergiu, dando início a uma era de luz e desenvolvimento.

Um novo conceito de mundo pôde ser passado para a Europa renascida, onde o pentagrama (representação do número cinco), significava agora o microcosmo, símbolo do Homem Pitagórico que aparece como uma figura humana de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz; o Homem Individual. A mesma representação simbolizava o macrocosmo, o Homem Universal - dois eixos, um vertical e outro horizontal, passando por um mesmo centro. Um símbolo de ordem e de perfeição, da Verdade Divina. Portanto, "o que está em cima é como o que está embaixo", como durante muito tempo já vinha sendo ensinado nas filosofias orientais.

O pentagrama pitagórico - que se tornou, na Europa, o de Hermes, gnóstico - já não aparece apenas como um símbolo de conhecimento, mas também como um meio de conjurar e adquirir o poder. Figuras de Pentagramas eram utilizadas pelos magos para exercer seu poder: existiam Pentagramas de amor, de má sorte, etc. No calendário de Tycho Brahe "Naturale Magicum Perpetuum" (1582), novamente aparece a figura do pentagrama com um corpo humano sobreposto, que foi associado aos elementos.

Agripa (Henry Cornelius Von de Agripa Nettesheim), contemporâneo de Tycho Brahe, mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália) da figura humana. Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo. Mais tarde, o pentagrama veio simbolizar a relação da cabeça para os quatro membros e conseqüentemente da pura essência concentrada de qualquer coisa, ou o espírito para os quatro elementos tradicionais: terra, água, ar e fogo - o espírito representado pela quinta essência (a "Quinta Essentia" dos alquimistas e agnósticos).

Na Maçonaria, o homem microcósmico era associado com o Pentalpha (a estrela de cinco pontas). O símbolo era usado entrelaçado e perpendicular ao trono do mestre da loja. As propriedades e estruturas geométricas do "Laço Infinito" foram simbolicamente incorporadas aos 72 graus do Compasso - o emblema maçônico da virtude e do dever.

Nenhuma ilustração conhecida associando o pentagrama com o mal aparece até o Século XIX. Eliphas Levi (Alphonse Louis Constant) ilustra o pentagrama vertical do homem microcósmico ao lado de um pentagrama invertido, com a cabeça do bode de Baphomet (figura panteísta e mágica do absoluto). Em decorrência dessa ilustração e justaposição, a figura do pentagrama, foi levada ao conceito do bem e do mal. Contra o racionalismo do Século XVIII, sobreveio uma reação no Século XIX, com o crescimento de um misticismo novo que muito deve à Santa Cabala, tradição antiga do Judaísmo, que relaciona a cosmogonia de Deus e universo à moral e verdades ocultas, e sua relação com o homem.

Não é tanto uma religião mas, sim, um sistema filosófico de compreensão fundamentado num simbolismo numérico e alfabético, relacionando palavras e conceitos. Eliphas Levi foi um expositor profundo da Cabala e instrumentou o caminho para a abertura de diversas lojas de tradição hermética no ocidente: a "Ordem Temporale Orientalis" (OTO), a "Ordem Hermética do Amanhecer Dourado" (Golden Dawn), a "Sociedade Teosófica", os "Rosacruzes", e muitas outras, inclusive as modernas Lojas e tradições da Maçonaria. Levi, entre outras obras, utilizou o Tarot como um poderoso sistema de imagens simbólicas, que se relacionavam de perto com a Cabala.

Foi Levi também quem criou o Tetragrammaton - ou seja, o pentagrama com inscrições cabalísticas, que exprime o domínio do espírito sobre os elementos, e é por este signo que se invocavam, em rituais mágicos, os silfos do ar, as salamandras do fogo, as ondinas da água e os gnomos da terra ("Dogma e Ritual da Alta Magia" de Eliphas Levi).

A Golden Dawn, em seu período áureo (de 1888 até o começo da primeira guerra mundial), muito contribuiu para a disseminação das raízes da Cabala Hermética moderna ao redor do mundo e, através de escritos e trabalhos de vários de seus membros, principalmente Aleister Crowley, surgiram algumas das idéias mais importantes da filosofia e da mágica da moderna Cabala. Em torno de 1940, Gerald Gardner adotou o pentagrama vertical, como um símbolo usado em rituais pagãos.

Era também o pentagrama desenhado nos altares dos rituais, simbolizando os três aspectos da deusa mais os dois aspectos do deus, nascendo, então, a nova religião de Wicca. Por volta de 1960, o pentagrama retomou força como poderoso talismã, juntamente com o crescente interesse popular em bruxaria e Wicca, e a publicação de muitos livros (incluindo vários romances) sobre o assunto, ocasionando uma decorrente reação da Igreja, preocupada com esta nova força emergente. Um dos aspectos extremos dessa reação foi causado pelo estabelecimento do culto satânico - "A Igreja de Satanás" - por Anton La Vay.

Como emblema de sua igreja, La Vay adotou o pentagrama invertido (inspirado na figura de Baphomet de Eliphas Levi). Isso agravou com grande intensidade a reação da Igreja Cristã, que transformou o símbolo sagrado do pentagrama, invertido ou não, em símbolo do diabo. A configuração da estrela de cinco pontas, em posições distintas, trouxe vários conceitos simbólicos para o pentagrama, que foram sendo associados, na mente dos neopagãos, a conceitos de magia branca ou magia negra. Esse fato ocasionou a formação de um forte código de ética de Wicca - que trazia como preceito básico: "Não desejes ou faças ao próximo, o que não quiseres que volte para vós, com três vezes mais força daquela que desejaste." Apesar dos escritos criados para diferenciar o uso do pentagrama pela religião Wicca, das utilizações feitas pelo satanismo, principalmente nos Estados Unidos, onde os cristãos fundamentalistas se tornaram particularmente agressivos a qualquer movimento que envolvesse bruxaria e o símbolo do pentagrama, alguns wiccanianos se colocaram contrários ao uso deste símbolo, como forma de se protegerem contra a discriminação estabelecida por grupos religiosos radicais.

Apesar de todas as complexidades ocasionadas através dos diversos usos do pentagrama, ele se tornou firmemente um símbolo indicador de proteção, ocultismo e perfeição. Suas mais variadas formas e associações em muito evoluíram ao longo da história e se mantêm com toda a sua onipresença, significado e simbolismo, até os dias de hoje.

O Pentagrama é o símbolo de toda criação mágica. Suas origens estão perdidas no tempo. O pentagrama foi usado por muitos grupos de pessoas aos longo da História como símbolo de poder mágico. O Pentagrama é conhecido com a estrela do microcosmo, ou do pequeno universo, a figura do homem que domina o espírito sobre a matéria, a inteligência sobre os instintos.

Na Europa Medieval era conhecido como "Pé de Druida" e como "Pé de Feiticeiro", em outras épocas ficou conhecido como "Cruz dos Goblins". O Pentagrama representa o próprio corpo, os 4 membros e a cabeça. É a representação primordial dos 5 sentidos tanto interiores como exteriores. Além disso, representa os 5 estágios da vida do homem:

Nascimento: o início de tudo

Infância: momento onde o indivíduo cria suas próprias bases

Maturidade: fase da comunhão com as outras pessoas

Velhice: fase de reflexão, momento de maior sabedoria

Morte: tempo do término para um novo início

O Pentagrama é o símbolo da Bruxaria. Os Bruxos usam um Pentagrama para representar a sua fé e para se reconhecerem. O Pentagrama é tão importante para um Wiccaniano, assim como uma cruz é importante para um cristão, ou como um Selo de Salomão é importante para um judeu. O Pentagrama representa o homem dentro do círculo, o mais alto símbolo da comunhão total com os Deuses. É o mais alto símbolo da Arte, pois mostra o homem reverenciando a Deusa , já que é a estilização de uma estrela (homem) assentada no círculo da Lua Cheia (Deusa). Cada uma das pontas possui um significado particular:



PONTA 1 - ESPÍRITO: representa os criadores , a Deusa e o Deus, pois eles guiam a nossa vida e nos ajudam na realização dos ritos e trabalhos mágicos. O Deus e a Deusa são detentores dos 4 elementos e estes elementos são as outras 4 pontas.

PONTA 2 - ÁGUA: representa as forças aquáticas e aos poderes das Ondinas. Está ligada às emoções, ao entardecer, ao inconsciente. Corresponde às forças da mobilidade e adaptabilidade. Portanto, o Bruxo que detém conhecimento sobre os elementos usa o Pentagrama como símbolo de domínio e poder sobre os mesmos.

PONTA 3 - FOGO: representa a energia, a vontade e o poder das Salamandras. Corresponde às mudanças, às transformações. É a força da ativação e da agilidade.

PONTA 4 - TERRA: representa as forças telúricas e os poderes dos elementais da terra, os Gnomos. É a ponta que simboliza os mistérios, o lado invisível da vida, a força da fertilização e do crescimento.

PONTA 5 - AR: representa as forças aéreas e os poderes dos Silfos. Corresponde à inteligência , ao poder do saber, a força da comunicação e da criatividade. 



http://www.sintoniasaintgermain.com.br

LIMPE SEU ARMÁRIO INTERIOR





“LIMPE FREQUENTEMENTE O SEU ARMÁRIO INTERIOR”

Um sábio professor, observando que entre os alunos havia muita rivalidade, 

resolveu fazer uma inovação. Pediu-lhes que trouxessem para a aula algumas 

batatas e colocassem nelas nomes de pessoas das quais guardavam algum 

tipo de ressentimento. Por fim pediu aos alunos que carregassem essas batatas

na bolsa por duas semanas, observando o que aconteceria.

Passada uma semana, todos já reclamavam do peso de suas bolsas por causa das


batatas. Após duas semanas, os alunos pediam ao professor que lhes permitisse

livrarem-se delas, pois, além de pesadas e incômodas, exalavam também um cheiro 

desagradável, já entrando em estado de putrefação .

Foi quando o professor conclui seu ensinamento, dizendo: “Carregar mágoas e 


ressentimentos é como carregar batatas : com o tempo tornam-se pesados,

incômodos e, depois , chegam até a exalar mau cheiro.”

DEVEMOS SELECIONAR OS SENTIMENTOS QUE CARREGAMOS DENTRO DE NÓS,

 POIS ELES VÃO DETERMINAR O CHEIRO QUE EXALAMOS.
TENHA O CUIDADO DE COMEÇAR POR VOCÊ A FAXINA INTERIOR.

 CONSERVE OS SENTIMENTOS AGRADÁVEIS E DESCARTE AQUELES 
QUE LHE PROVOCAM MAL-ESTAR.


DESCONHEÇO A AUTORIA

SENTA QUE LÁ VEM CONVERSA - MINHA OPINIÃO SOBRE O AMOR



MINHA OPINIÃO SOBRE O AMOR....

Por Iara de Oliveira Rocha

As vezes me acho um E.T., mas como sou aquariana de signo solar e geminiana
de signo lunar, acho que está certo. Sou mesmo um extra-terrestre.
 Vejo as pessoas discorrendo sobre amor, relação a dois; e acredito 
que toda a confusão seja linguística, uma questão de entendimento sobre o que é 
o amor. Se cada um entende uma coisa, cada um vai oferecer ao outro o que 
tem como crença pessoal. Sei que bato muito no assunto sobre crenças pessoais, 
mas acho que é isto que está no fundo de toda grande questão, sobre a maioria 
das coisas; em que acredito e como esta crença afetará minha relação com as
coisas e com o mundo.É sempre o X da questão.
Para mim as pessoas se conhecem, se interessam umas pelas outras, depois se
encantam, depois se apaixonam, em maior ou menor grau. Para mim o amor
existe, ele é mais amplo, universal; para mim o amor é um sentimento imutável;
portanto ao meu ver é impossível que ele exista numa relação romântica. Deixe-
me explicar. Você sente amor pela natureza, pelos animais, pelos filhos, por
Deus, isso independente do que aconteça jamais mudará. Para mim se o sentimento
é passível de diminuir ou se extinguir não poderia ser chamado de amor.
O sentimento entre duas pessoas "romântico" é uma via de mão dupla, 
necessita ser retribuído, carece de atenção constante; li uma frase que diz assim:
- Não é o amor que sustenta um relacionamento. É o relacionamento que sustenta
o amor" e me parece correta a não ser pela palavra amor, na minha teoria a palavra
amor deveria ser substituída por paixão.
Sem cuidados, sem atenção, sem a retro-alimentação dos sentimentos não tem paixão 
que dure. As vezes a pessoa de tão iludida ou carente fica tempos até que a ficha
caia, porém mais cedo ou mais tarde esta pessoa vai chegar a conclusão que
o relacionamento acabou porque apenas um nutria sentimentos. Nutrir é a palavra
correta, algumas pessoas em processos patológicos, necessitam de terapia e ajuda
para chegar a conclusão; outras ainda persistirão no mesmo padrão vibratório e 
trocarão uma pessoa sem cacife emocional para nutrir  relacionamento por outra
igualmente incapaz, por que alguma de suas crenças ou complexos farão este
padrão se repetir. Caso você perceba que determinado tipo de relacionamento
seja recorrente em sua vida, busque porque mesmo que inconscientemente estão
sempre a procura de repetir os erros. Caso perceba o padrão e não consiga 
consiga concluir sozinho, busque auxílio terapêutico.
O fato que se você não está conseguindo os resultados que gostaria, repense
o que está fazendo que está te dando tais resultados; porque se continuar a fazer
o que sempre faz continuará tendo sempre os mesmos resultados.
Alinhe suas crenças interiores aos objetivos e as atitudes, fica sempre mais difícil se
estes pontos não convergirem.
Pensem bem se estão oferecendo ao outro o que o outro quer e precisa ou se o
que está ofertando seja um reflexo do que você mesmo espera.

Beijão
Iara de Oliveira Rocha







segunda-feira, 15 de julho de 2013

BRUXAS ... MULHERES DE PODER



BRUXAS...MULHERES DE PODER....


Revelado por Van Brighid 


As mulheres que tanto a história como a imaginação popular mitificaram como “bruxas” constituem figuras que expurgam as fobias da Contra Reforma. As bruxas foram torturadas e queimadas para sinalizar os perigos de práticas e saberes à margem da Igreja e de outras instituições dominantes na Idade Moderna. Parteiras, curandeiras e carpideiras, as bruxas misturam em seu caldeirão os mistérios da vida e da morte herdados das tradições pagãs. Este artigo percorre textos de historiadores, em especial o de Jules Michelet, que no século XIX construiu a imagem romântica e martirizada da bruxa, e o manual de inquisidores do século XIV, o Malleus Maleficarum, que descreve os poderes da bruxa, sua aliança com o demônio e sua ameaça para o cristianismo. Os discursos instaurados por tais textos constroem tanto a imagem que glorifica a bruxa quanto aquela que a execra, mostrando ambas o potencial transformador de suas práticas e de sua ligação com a sexualidade.

Fêmea inebriante ou velha decrépita, a figura da bruxa exprime alguns conceitos que o pensamento ocidental legou ao que se entende por feminino. Trata-se de uma imagem construída por diferentes discursos, um romântico, propagado ao longo do século XIX, e outro eclesiástico, expresso nos enunciados seculares da cristandade contra arcaicas práticas pagãs. A fim de mostrar a constituição dessa imagem, o presente ensaio se pauta, entre tantas leituras, no manual de inquisidores, datado do século XIV, chamado Malleus Maleficarum,1o “Martelo das Feiticeiras”, e no livro La Sorcière (A Feiticeira), do historiador Jules Michelet. Enquanto o Malleus Maleficarum descreve a bruxa coadunada com o Mal (colocado na figura do demônio) e a execra, o romantismo de Michelet a transforma em mártir, enaltecendo suas qualidades silvestres e sua ligação com os gênios da natureza. Ambos os discursos permitem vislumbrar as paisagens paradoxais sobre as quais a imagem da mulher independente, dona de seu corpo e de seu destino, se cria.

Ambígua, a bruxa pode ser tanto a bela jovem sedutora (ainda sem marido e cheia de pretendentes) como a horrenda anciã (viúva solitária), aparentada com a morte. Como um tipo psicossocial que emerge no final da Idade Média, essa imagem abarca uma ampla gama de traçados históricos sobre as mulheres e as várias etapas de suas vidas: infância, menarca, juventude, defloramento, gravidez, parto, maternidade, menopausa, envelhecimento e morte. O que a figura da bruxa ensina é um certo modo de enxergar a mulher, principalmente quando esta expressa poder. Ao longo de muitas eras da civilização patriarcal, a lição predominante sobre as mulheres que fazem uso de poderes ou que se aliam a forças que, de um modo ou de outro, a máquina civilizatória não consegue domar é bem conhecida de todos. Toda expressão de poder por parte de mulheres desembocava em punição. Cunhada dentro do cristianismo, a figura das bruxas traduzia-se em mulheres devoradoras e perversas que matavam recém-nascidos, comiam carne humana, participavam de orgias, transformavam-se em animais, tinham relações íntimas com demônios e entregavam sua alma para o diabo. Uma análise da farta literatura sobre o assunto nos mostra que a caracterização da bruxa que vigorou durante a Inquisição, ressoando até os dias de hoje, constitui-se como um dos elementos mais perversos produzidos na sociedade patriarcal do Ocidente.

Certo tipo de conhecimento de origem camponesa, com suas práticas e crenças que delineavam modos de tratar doenças e lidar com as situações-limite da existência (nascimento, acasalamento, geração, morte), é tido como criminoso dentro do contexto histórico da Contra Reforma. Atribuíam-lhe tantas coisas ruins que o Malleus Maleficarum afirma que “seus atos são mais malignos que os de quaisquer outros malfeitores”. Rompendo leis que certamente ignoravam, as bruxas encarnam tudo o que é rebelde, indomável e instintivo nas mulheres. Tudo aquilo que, nesse tipo de sociedade, demanda severas punições para que o feminino ‘selvagem’ se dobre ao masculino ‘civilizado’. Como personagem de imaginários em que as fronteiras entre real e ficcional estão densamente dissolvidas, a típica malvada dos contos de fadas e de várias histórias infantis traz muitos elementos da figura da bruxa descrita pela Inquisição. Histórica, a bruxa modifica-se dentro das eras, ficando em sua imagem as marcas que a sociedade lhe impôs. Marcas expostas em praças públicas através do espetáculo de seus suplícios e da execução das sentenças mortais que lhe eram imputadas. Pagando por crimes tais como dançar nua sob o luar, a bruxa é marcada pelo despudor e pela degeneração do corpo. Mulheres incômodas para a comunidade, viúvas solitárias ou vizinhas indiscretas, as bruxas eram aquelas cujas práticas eram consideradas crimes mais graves do que as heresias. Sedenta por poder, a bruxa é maléfica e corruptora, de modo que, tanto na realidade como na ficção, todas as histórias de bruxas terminam com o castigo por sua insubmissão: forca, fogueira, solidão.
No léxico catequizante das eras que antecedem ao contemporâneo, a bruxa era o expurgo de todos os males atribuídos ao feminino, começando com o pecado original e a desobediência da “primeira mulher”, pintada como colaboradora de Satã. Protagonista de inúmeras condenações, a bruxa serviu como função pedagógica de cunho moralizador durante os séculos em que a Igreja focou a doutrina cristã no combate ao mal, inimigo personificado como o demônio, o adversário de Deus, Satanás. Vinculada à natureza, a bruxa estava ligada ao chamado “Príncipe do Mundo”, o diabo, que, mesmo aparecendo hermafrodita em algumas representações, é uma entidade explicitamente fálica, masculina. A mulher não pode disputar o poder do universo nem mesmo quando se trata de ser adversária da divindade masculina central. Na lógica patriarcal, o poder da bruxa advinha de sua convivência com os demônios e do seu pacto com o diabo. Era inconcebível imaginar que a mulher, por si própria, tivesse a capacidade de curar e lançar malefícios sobre o corpo ou realizar certos fenômenos ditos “sobrenaturais”. No Malleus Maleficarum fica claro que, se alguma bruxa operou algum prodígio sem a ajuda do diabo, certamente foi porque serviu como instrumento para que Deus realizasse alguma das obras necessárias para o aperfeiçoamento do ‘plano divino’. Como subordinado de Deus, o diabo servia- se da bruxa para testar a fé dos homens e também de mulheres virtuosas. Mesmo as damas de ‘boa conduta’ eram suscetíveis aos cortejos infernais porque as mulheres eram mais ‘facilmente seduzidas pelo pecado’.Por pecado, subentenda-se a luxúria, o desejo sexual “disseminador do pecado original”.A sexualidade, instância diabólica, era vista como “besta imunda” pelos eclesiásticos autores doMalleus. Todas as artimanhas atribuídas às bruxas, sortilégios, encantamentos, adivinhações, práticas de sedução, vôos noturnos, desembocam no ato carnal da junção de corpos e sexos ou na geração que lhe é conseguinte. Sucumbir aos desejos da matéria era tido como perdição para o espírito. Toda corrupção era oriunda do ato venéreo e as impossibilidades em praticar o ato carnal, conceber ou abortar após ter concebido eram consideradas bruxaria.4 Com o auxílio dos demônios, as bruxas tinham o poder, direto ou indireto, de impedir a aproximação dos corpos de homens e mulheres, pois “Deus outorga ao diabo poderes muito maiores sobre o ato venéreo”.

Copuladora, a bruxa é a mulher perversa que “ardentemente tenta saciar sua lascívia obscena”, aquela cuja cobiça carnal é causa de infidelidade e cujo “fascínio desmedido” pela concupiscência faz dela alegoria da ambição e da luxúria. Mulher fatal, mortífera, causa de perdição, a bruxa advém das antigas deusas, da Lilith hebraica, dos ritos dionisíacos e dos bacanais. Aparece no Apocalipse como a grande meretriz “com a qual se contaminaram os reis da terra e que inebriou os habitantes da terra com o vinho de sua luxúria” , a toda adornada prostituta da Babilônia montada em uma fera escarlate, aquela que “se assenta sobre muitas águas” , cujo destino o profeta anuncia: vão despojar seus adornos, desnudar seu corpo, comer suas carnes e queimá- la no fogo. Torturadas, todas as acusadas de bruxaria confessavam terem mantido relações sexuais com o demônio.

O Malleus Maleficarum explica que a “natureza” dessas relações não era necessariamente carnal, visto que os demônios eram espíritos e que mesmo os corpos daquelas que estivessem aparentemente dormindo em sua cama, ao lado dos maridos, participavam dos sabás. Rituais de sexo e luxúria, os sabás eram tidos como odes a Satã, festas macabras nas quais se comia carne de recém-nascidos, entrava-se em transe e após danças frenéticas as bruxas copulavam com o diabo. Foram descritos como missas negras, nas quais os adeptos renegavam a fé cristã por meio do que a Inquisição supunha ser um arremedo das práticas católicas. Pierre Töpffer enfatiza a diferença entre a missa negra, de elementos alusivamente anti-cristãos, e o sabá, termo que aparece no final da Idade Média para aludir a festividades não-cristãs, nas quais práticas da velha religiosidade camponesa, com resquícios do paganismo, ainda vigoravam. O termo é oriundo dossabat dos judeus, que também eram tidos como proscritos. Tanto em um como no outro ritual, o corpo ganha uma evidência bem maior do que na convencional missa cristã: os feiticeiros vão nus para o sabá e usam o corpo para dançar, comer e fazer sexo e, por sua vez, a maior parte das missas negras usam o corpo nu de mulheres, mais especificamente o ventre, como altar.

Mesmo com a finalidade de o fiel comungar ‘comendo’ e ‘bebendo’ do corpo e do sangue de Cristo, o que indica uma alusão muito forte ao paganismo, em particular aos cultos dionisíacos, a missa católica é um ritual asséptico onde ninguém come e bebe de verdade, não há saciedade para o corpo. De um modo totalmente teatral, os cultos cristãos explicitam a antropofagia das velhas religiões utilizando a simbólica do pão e do vinho, que surgem em minúsculas amostras. Todo estímulo aos sentidos, como sensações físicas, cheiros e sabores, é sutil, tal qual a música, e quase inexistente.Uma espécie de fusão sensorial com o divino é evocada na ritualística cristã tradicional, mas o corpo, com seus movimentos, volumes, expressões e odores, quase suprimido.

Os processos de bruxaria tinham um considerável enfoque nos corpos das bruxas: elas eram desnudadas à procura de um sinal que as pudesse recriminar. Procurando essa marca, “a marca da bruxa” e/ou a “marca do diabo”, seus pêlos eram rapados e todo seu corpo examinado e perscrutado. Agulhas eram fincadas em sua carne a fim de se detectar um ponto diabólico insensível. A maior parte das confissões era obtida depois de muitas sessões nas quais eram lhes imputados flagelos. Em máquinas como “a donzela de ferro” e os “borzeguins”, ou nas torturas sobre a água, no aquecimento dos pés e na introdução de ferros sob as unhas,a ré passava por tantos suplícios que acabava por admitir as sentenças elaboradas pelo inquisidor. “Com a tortura, pode-se fazer confessar tudo”, comenta Jean Delumeau em sua História do medo no Ocidente.9 A fome e privação de sono às quais eram submetidos os acusados de feitiçaria também rompiam “qualquer resistência”,a ponto de admitirem todas as atrocidades que lhes eram atribuídas. Na maior parte das vezes as bruxas eram condenadas à morte, mas não bastava enterrá-las, pois se acreditava que tinham a capacidade de emergir de dentro das sepulturas. Tal qual uma vampira, a prostituta da Babilônia aparece como “ébria de sangue dos santos e dos mártires de Jesus” , aquela cujo transe orgiástico e cuja presença no festim dos sentidos ameaçavam a doutrinação transcendental da Igreja. Por isso era necessário queimar seus corpos e lançar suas cinzas ao vento, para que, através das artes diabólicas, seu corpo não fosse capaz de se reconstituir. Há vários casos em que as filhas eram acusadas e queimadas tais quais suas mães, pois se acreditava que, desde muito cedo, além de serem oferecidas ao demônio, todas as filhas de bruxas eram iniciadas por suas mães nas artes da feitiçaria. Não podemos dizer que as pobres acusadas dos séculos XV a XVII foram efetivamente uma ameaça para o clero vigente, mas a condenação de heresias que incentivou os processos contra bruxaria implicava a afirmação do poderio religioso, ideologicamente teocentrista, como resposta à redescoberta do humanismo greco-romano. Não há humanismo que não dialogue com o corpo, suas relações com o espaço, com as medidas e formas do homem, suas representações e sua exposição. O corpo jovem da estética clássica é valorizado como modelo de perfeição enquanto que os corpos mais grotescos e disformes abundam na iconografia do Inferno. Estreitamente ligada ao corpo (curandeira, camponesa, dona-de-casa, amante, prostituta, parteira), a bruxa é um dos agentes sociais escolhidos para expurgar os temores coletivos por meio do perecimento carnal.

Aquelas que “fizeram um tratado com a morte e um pacto com o inferno”traduzem o que o historiador Pierre Pierrard diagnostica como o medo presente no início da Idade Moderna: “a guerra endêmica, as epidemias, a atroz peste negra de 1348, a miséria, o banditismo dos caminheiros e a revolta dos pobres”, que colocam o homem da época “em contato permanente com a morte. Às efígies suaves, sucedem-se, nos túmulos, anatomias arruinadas pela doença e a velhice, marcadas pela vida. As ‘danças macabras’ povoam os afrescos, as miniaturas e os poemas, misturando no mesmo desprezo papas, reis, lindas mulheres, clérigos e monges”.12 Em sua História da Igreja,13 o autor comenta que a mentalidade animista, os encantamentos e os ritos de magia ocupavam considerável espaço no ‘cristianismo’ da população rural de modo que “a superstição mal se distingue da devoção”, deixando espaço para todas as crenças que encontramos nos documentos relativos à caça às bruxas.

A crescente pobreza, que acompanha a extinção do feudalismo e o desenvolvimento dos centros urbanos, produziu histórias sobre bruxas que comem pessoas desenterradas e se alimentam de carne podre. Em sua pesquisa sobre missas negras, Pierre Töpffer assinala que “a miséria deve ter engendrado muitos excessos rapidamente identificados com práticas feiticeiras”.Encontramos a freqüente imagem do caldeirão da bruxa e seu conteúdo repugnante, que se acreditava ser sopa de criancinhas assassinadas. No estudo de Fernando Del Oso, essas poções diabólicas são descritas como possuidoras de sabor hediondo, contendo ingredientes excêntricos, tais como asas de morcego, que estavam associados ao poder de voar. O conteúdo do caldeirão era servido nos encontros de bruxas ou usado nos preparativos para os festins. Acreditava-se que através dos ungüentos, com os quais cobriam o corpo para irem ao sabá, as bruxas podiam levantar vôo ou ir de uma cidade para outra em poucos instantes.

Banhos, práticas de limpeza e medicina caseira também causavam suspeitas de bruxaria. Ao contrário do que os ocultistas denominam “alta magia” ou “magia branca”, envolvida com alfabetos antigos, talismãs cabalísticos e hierarquias angélicas, a “negra” magia das bruxas constituiu-se na cozinha e sobre os demais afazeres domésticos do cotidiano das mulheres.

E é no contexto das inumeráveis tarefas do cotidiano feminino que a bruxa é descrita, no século XIX, como “mártir universal” pelo historiador Jules Michelet.17 Driblando as adversidades financeiras, a fome e o trabalho extenuante, a bruxa acabaria por deixar-se aliciar às forças malignas. Romântico, Michelet nos mostra a imagem da bruxa como exilada, morando sozinha em lugares ermos da natureza, exposta às intempéries, aos ventos fortes e às tempestades. Como uma ameaça à sociedade, muitas vezes expulsa de sua aldeia, a bruxa era isolada, uma fugitiva que, cedo ou tarde, seria procurada para servir como confessora de apaixonados e intermediar os mais diversos prodígios exigidos por aqueles que se arriscavam indo atrás de seus poderes.

Ao tratar das bruxas, Roberto Sicuteri refere-se ao arquétipo da mulher selvagem a partir da dificuldade do civilizado em conviver com a ferocidade feminina, sedimentando-se assim “a hostilidade para com os conflitos sexuais” e toda uma “aversão pelos instintos” que acompanham os preconceitos sobre mulheres independentes. Na mulher anterior a Eva (criada na semelhança e na igualdade com Adão), na mulher livre, fugitiva e “dona de si”, os temores seriam projetados.Em sua História do medo no Ocidente, Jean Delumeau mostra a mulher como bode expiatório, sobre o qual “uns e outros exprimiam seu medo de subversão com a ajuda de um estereótipo há muito tempo constituído”:19 a bruxa de olhar petrificante, mortal, enrijecedor. Personificação da atordoante falicidade do feminino, provocando ereções, causando impotência e até retirando ilusoriamente o membro viril, as bruxas manejam amplamente as partes mais íntimas dos corpos, transitando por tudo aquilo que se denomina “os terrores do coito”. Cheia de raiva e agressividade, a mulher que detém o falo é a efígie castradora que ameaça o masculino, sendo comum que a misoginia inerente à figura da bruxa seja interpretada dentro do binômio falo/castração da tradição psicanalítica.

Mesmo nas velhas, a presença de todo um clamor desejante e de inevitáveis atribuições fálicas faz de todas as bruxas figuras sexualizáveis por excelência. Como fator- chave na diabolização da mulher, a sexualidade feminina20 apresenta-se sempre acompanhada de insaciedade, produzindo-se, assim, a imagem da bruxa voraz, a ogra devoradora que engole todos os seus filhos. Talvez como subproduto da miséria, sua fúria é o resultado de um imenso apetite impossível de ser satisfeito. Essa fome é intensificada no sexual e vem impressa no mito da avidez vaginal, sendo a boca da vulva considerada como a parte mais insaciável da mulher.

Seus aspectos noturnos, funestos e lunares afastam- na das racionalidades. Parece difícil concebermos a bruxa como um personagem conceitual, pois seu devir não faz parte de uma filosofia, mas frui de sentimentos, percepções, intensidade pura de um corpo que sofre e goza. Sua existência histórica se deve à poesia clássica e ao direito canônico, literatura e retórica, fontes documentais que registram a bruxa como elemento lendário e ao mesmo tempo vívido para muitas sociedades. Seu tipo psicossocial está na fila das anormalidades, enquadrando-se na categoria dos monstros, próxima do animal, mas cheia de humanidade.22 Defeituosa, a bruxa não consegue ser descolada de seu corpo e de suas artes. Felix Guattari e Gilles Deleuze dizem que a arte é um modo de pensar através do percepto. Primeiramente, a bruxa é o que eles chamam de “figura estética”, pura potência de “afetos que transbordam as afecções e percepções ordinárias”.

Senhora dos descontroles, a bruxa guarda, sob os panos, truques que servem para confundir, embaçar e atrapalhar a razão, fazer com que os cursos do pensamento sejam deslocados. No alvorecer das ciências psíquicas, as mulheres atordoadas pelo demônio, assim como toda sorte de “enfeitiçados”, como, por exemplo, as religiosas do convento de Loudun, serão tidos como histéricos. A identificação da histeria, espécie de sujeição a uma “dupla mudança”, com o feminino se deve ao fato de que o histérico, como aponta o psicanalista Philippe Julien, “procura confundir os hábitos de pensamento socialmente aceitos, perturbar os referenciais do saber universitário pondo à mostra seus limites, seus avatares e seus percalços”.Os efeitos somáticos da histeria não se descolavam da sexualidade; era uma “desordem das paixões” com sua duplicidade “que não se deixa agarrar”, uma patologia advinda do útero e se seus imensuráveis humores. Doença manifestada pelo corpo, a histeria é o sintoma do desejo de um desejo, expressão física da Falta, do amor pelo pai derrotado e diminuído, colocando para fora a própria castração através de gritos, uivos lancinantes de impotência, paralisações, dores, palpitações.

Com sua gargalhada estridente, pode-se dizer que a bruxa é personagem conceitual da psicanálise e das psicologias; a bruxa-histérica e suas disfunções da libido são os extremos damascarada: choro e riso, mutismo e rumor, crueldade e compaixão – oscilações que configuram os humores femininos presos à matéria instável, sujeitos ao tempo e às mutações que o homem pouco controla. É uma figura que transita no pantanoso terreno do irracional, da carne e da animalidade. Andrógina, a bruxa é monstruosa porque traz consigo a mistura das espécies e a mistura de sexos diferentes. Mulher-árvore encarquilhada pelo tempo, mulher-loba correndo pela floresta nas noites de lua cheia, mulher e besta, a bela e a fera. A bruxa, como todos os monstros, é híbrida. Bissexual, a promiscuidade da bruxa mostrava o quanto era perversa e animalesca. Disfarçando seus pés com formas de garras, a bruxa engana fazendo com que todo seu hibridismo pareça ilusão, pois seu aspecto monstruoso esconde-se por baixo das saias.

O território da bruxa é como o deserto produtor de miragens, o mundo alucinatório dos transes, o discurso eterno e atordoante da confusão infernal, o limiar da loucura. Como solucionadora ou culpada dos problemas, sua figura faz parte de acontecimentos drásticos: o desespero de certos apaixonados, o acometimento de enfermidades, acirradas lutas pelo poder e outros abalos, como tempestades, a morte do gado ou o extravio de colheitas. As bruxas podem ser personagens conceituais, pois cumprem com o papel de “manifestar os territórios, desterritorializações e reterritorializações absolutas”, porque marcam um modo de pensar cujos “traços personalísticos se juntam estreitamente aos traços diagramáticos”25 que constituem o plano de imanência. Este é o plano dos pensamentos, uma superfície na qual estão colocados os conceitos e suas incontáveis possibilidades de composição. A bruxa é aquela que se compõe junto a uma grande variedade de pré-conceitos pensados sobre o feminino, sobre o corpo, a natureza e os ciclos de nascimento, vida e morte.

As descrições do Malleus Maleficarum ajudaram a construir uma imagem fantástica sobre pessoas, na maior parte das vezes mulheres, capazes de se transformarem em animais, voarem, percorrerem grandes distâncias em segundos e manipularem os humores corporais. Todos esses prodígios eram ineficientes depois que as bruxas eram tomadas sob o jugo da Igreja, conseguindo, no máximo, ludibriar seus algozes por meio de palavras ou olhares diabólicos. Acreditar ou desacreditar nas incríveis proezas da bruxa não é servir-se de um certo encadeamento simbólico e de configurações imaginárias, que fazem com que seus traços passem ao ilusório campo das sublimações. Pensar sobre uma ótica psicanalítica é fazer da bruxa uma alegoria, típica projeção dos terrores da castração.

Tipo psicossocial ligado aos resquícios pagãos da Idade Moderna, a bruxa carregou em seu corpo os saberes não-racionais que a sociedade dessa época temia. Como figura estética, potência plena de afetos, a bruxa expressa o poder das grandes Deusas, a divinização da Natureza e a terra-corpo como sagrados. É um pensar que sente a matéria que nos engole, não mais sob a perspectiva egóica e neurótica, mas sim com a percepção esquizóide de que tudo faz parte dessa imensurável devoração. É um pensamento indistinto, demoníaco, arcaico e em devir. Como personagem conceitual para esse pensamento, diferente daquele instaurado pela História da Filosofia, a bruxa traz um conhecimento ‘outro’, marcado pela indistinção. Conhecer sua realidade, pele concreta das coisas marcada na passagem da vida, é extrair o ardente espectro de um corpo agonizante. Corpo pleno, que fulgura na singularidade da carne, além do organismo, estendido ao corpo da Terra e ao do céu que a circunda. Corpo- mundo engolidor.




By Brixta Lofn